domingo, 8 de setembro de 2013

Saudades

E você se foi. Sem mais. Sem menos.
E eu fiquei aqui. No mesmo lugar de sempre.
Aquele em que você me encontrou. Onde você me deixou.
À sua espera, talvez. Nem sei mais como reagiria.

Estou triste sem você, mas sabe como é a vida... Tudo acostuma.
Até com umas coisas ruins. Até na ausência das boas.
Queria ter a certeza de um sorriso ao te ver voltar.
Talvez não volte. Talvez eu não fique tão feliz se você vier.

Quando tudo a minha vista embaçou?
Se ao teu lado, antes, era tudo tão claro a minha volta.
É, meu amor (ainda posso te chamar assim?), é complicado.
Tudo às escuras. Sem saber o que virá com um passo a frente.
Sabendo que só não deve dar esse passo para trás.

Com um aperto no peito e os olhos marejados
Posso dizer que hoje, minha única certeza é a minha incerteza.
Viver em uma constante inconstância
Com essa mania persistente de não insistir em mais nada.
Com minha estranha normalidade de esperar e ao mesmo tempo deixar estar.

Tão simples e tão complexo. Saudade só vem de onde há amor.
Que veio, deixou lembranças e de algum jeito se foi.
Por escolha própria ou porque a vida quis. Virou dor e vontade.
De um desabafo sufocante que parece não cessar.

E já com as lágrimas a descer, digo que nem pude dizer adeus.
Não tive oportunidade, você não me deu. E se tivesse dado...
Provavelmente eu não conseguiria.  Pois eu sempre disse que não deixaria
Você ir embora, e ainda assim, deixei.

Nostalgia, agonia, melancolia. Mistura que te deixa no mundo da lua.
Desligando-se do mundo e ao mesmo tempo continuando ali, pensando.
Que quando não há quem culpar, a gente culpa a vida. A gente se culpa.
Sem saber que isso é o que menos importa.
Porque quando as coisas vão, culpadas ou não, não tem mais volta.

E eu só queria que tivesse...