sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Cárcere

Quando nasci, fui colocada dentro uma cadeia. E a cada dia que passa, parece que mais grades são colocadas ao meu redor. Formando uma infinita muralha ferrenha a minha frente. Sempre foi difícil conviver com o fato de estar presa aqui dentro. Me sinto injustiçada, já que ninguém nunca disse o porquê de eu estar assim. Parece que cada um está preocupado com sua própria prisão. Não conseguem ver o grande jogo de xadrez onde somos apenas peões. Apesar de o caminho ser um só, tudo que dá pra ver é um grande labirinto. Dando a impressão que é impossível escapar, e tudo isso dá medo. Medo de fugir, medo de ficar. Medo de descobrir as causas. Medo de sofrer as consequências. Não sei quem me impõe isso. Mas o medo da minha jaula trancada é o mesmo medo da liberdade sonhada. Um medo que cega. Me fazendo ignorar, todos os dias, as chaves que balançam no meu bolso.

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Xeque-mate

Sigo no seu jogo, lanço os dados
Ando pelo tabuleiro que você criou
Às vezes, volto algumas casas
Mas dou um jeito de trapacear
E sem que perceba, mudei as regras

Ainda estou na tua bandeja 
Mas sou quem a faz girar agora
Eu sou as cartas que tens nas mãos
Mas você se prende à linha de chegada
Enquanto já ganhei todo o teu caminho