quinta-feira, 17 de novembro de 2016

espectro cinéreo















costumo ouvir
todos os clichês possíveis
de que isso vai passar
que o arco-íris me espera
enquanto só sinto
a tempestade em mim
e as gotas caindo
pelo meu rosto
eu caio junto com elas
e sigo aos tropeços
sem saber onde chegar
os guarda-chuvas quebrados
pelo vento que não leva
as palavras entaladas
na minha garganta
mas eles sempre falam
que a ciência explica
os níveis que me faltam
dopamina e um pouco de luz
e é aterrorizante saber
que enquanto olho calada
minhas janelas fechadas
esperando o tempo abrir
sou a responsável
por colorir minha vida
mas não me disseram
que as paletas disponíveis
têm as mesmas cores
desse tal tom cinzento
do sol que não vem mais